segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Carona de um passaro


Um voo solitário
na imensidão celeste,
voo desenhado nas nuvens, 
voos rasantes, 
interrompido por gotas picaras,
banhado por ondas quebradiças,
poesia aérea...

E nas asas de um pássaro tomo carona
respiro em suas asas o ar saturado,
deixo planar o silencio,
aterriso nas rochas meu suspiro cansado,
e no ziguezaguear de suas asas me aventuro
um voo sem o medo de errar,
desenho no céu a palavra acreditar....

Voo, voo, voo
siiiiilencio
tuuuuuurbulencia,
vento insiiiiistente
coração eloquente.




domingo, 5 de outubro de 2008

Cadeados

Quando eu visualizei isso....me pareceu incrível! Sabe o que? Não era somente este poste com essa quantidade indagadora de cadeados, mas uma porção!!! Eu estava em uma cidade no interior da Itália...e essa imagem me remeteu aos mistérios do coração...pois uma cena como esta não possui nada de racional! Somente poderia ser uma obra visceral, salpicada de paixão e emoção e uma pitada de insanidade! Afinal, o território passional esta regido por regras diferentes da razão...E assim me veio a pergunta : A quem ouvir quando a mente esta povoada pela opinião destes dois adversários, razão x emoção?! Retornando meus olhos novamente ao paradigmático poste, me indago quantas perguntas não ficaram trancadas ali, naquele poste sem resposta, pessoas que decidiram fechar no passado sem chave as memorias irracionais, viscerais, os conflitos intermináveis...E assim eu sem surpresa conclui : humanos...., não importa onde, demasiado humanos...e porque eu seria diferente e não ornamentaria aquele poste com um cadeado meu também!?

domingo, 21 de setembro de 2008

Primavera em Buenos Aires

Minha mente vagabunda vagava pelo parque neste domingo, o primeiro dia da primavera. Comemoração da primavera...algo tão superficial quanto denso! Supostamente a natureza não necessita permissão do calendário para que tenha nela despertado o seu desejo de florescer. Mas para um ser humano, toda mudança exige um ritual, um marco para que se fixe em nossas memorias que houve uma passagem de um estagio a outro. Cada cultura escolhe a sua... Assim que hoje, a primavera tomou outro sabor diante dos meus olhos estrangeiros que observavam, hoje era dia de re-nascimento, despertar do tempo cinza que nos adormeceu o inverno e dissipar de nossas almas o andar rápido nas ruas, que foge do frio. Hoje foi o primeiro dia que sucedera os outros dias em que conversaremos mais tranquilos, nos sentaremos nos parques para beber mate, dias mais calidos...hoje era dia de aquecer o coração e dar alento as esperanças.  

sábado, 6 de setembro de 2008

Ponte, no caminho tem uma ponte


O que torna um ser humano diferente de outro? Historia social, politica, geográfica ou cientificamente falando, uma combinação complexa e única de uma porção de DNAs? De qualquer modo, seria essa combinação misteriosa a chave para o êxito económico de alguns países? Se assim o fosse, o que teria que ser mudado na historia comum de seus cidadãos para que um país de terceiro mundo, com distribuição de renda desigual passasse a ser mais justo, igualitário e com melhor qualidade de vida para seus habitantes? Pertinente a estas questões, enquanto leio diferentes artigos que especulam sobre a economia, a historia ou a filosofia das nacoes, eu novamente retrocedo e penso que talvez esse caldeirão heterogéneo apetece os seres humanos! E então o mundo se transfigura numa grande ponte de transito (hoje não tão livre assim) na qual as pessoas podem mudar de vida e cultura...Certamente que em alguns casos essas mudanças não se justificam quando se limita a ideia de que suas economias lhes oferece muitas oportunidades (como se isso as vezes bastasse!) e sobremodo migram em busca de um estilo de vida social que seus países de origem não lhes oferece ... Ou em outros casos, quando suas pátrias não lhes oferece mais que mera desesperança ao futuro, estes escolhem a segurança de uma economia estável .... Seres humanos, seres insatisfeitos em constante busca, nisto temos sido todos iguais...sempre buscando uma ponte.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Fotografia


Uma imagem de fundo estandardizada que todos compartilhamos que é a de que somos humanos, demasiado humanos. Humanos em nossa carne, humanos em nossos desejos, raciocínio e necessidades. As pessoas, não importa em nada suas nacionalidades de origem, em seu destino turístico sempre fotografam as mesmas coisas, as mesmas composicoes. Mais alem de um senso comum generalizado, somos sem excecao humanos. Pura trivialidade e ingenuidade pensar nas tão famigeradas diferenças culturais. Qual cultura?? Todos seres humanos iguais, frágeis diante da natureza, com paixões e medos iguais, intolerância e preconceitos arraigados em suas entranhas, repletos de misticismo e crendices, temerosos de um futuro, as vezes estupidamente orgulhosos de um passado esfumaçado.
Todos humanos, demasiado humanos...